Antes de tudo é bom relembrar que uma análise reflete a opinião pessoal de um autor sobre o jogo, cada pessoa pode ter uma experiência diferente, por isso se você discordar de algo escrito nessa análise saiba que isso é apenas uma opinião pessoal do autor.
Control foi um jogo que me surpreendeu de muitas formas positivas, seja pela história ou pelo gameplay divertido. Foi um dos jogos que começei sem expectativa alguma, basicamente porque estava no Game Pass e pensei “porque não?”, vale lembrar que ele vai sair do catálogo dia 15/02/2022. Mas acabei gostando do jogo,todo o mistério que envolve o enredo e pela personalidade cativante de Jesse.
COMO TUDO COMEÇOU?
O jogo inicia de forma bem inusitada e estamos no controle de Jesse Faden, uma jovem inofensiva que é guiada para um edifício através de vozes em sua cabeça. Ao chegar no destino, ela se depara com um ambiente vazio e sem vestígios do que ocorreu. Resolvendo adentrar as instalações ela chega à sala do diretor, onde encontra o chefe do departamento morto com um tiro na cabeça (um aparente suicídio) e acaba virando acidentalmente a nova diretora do “Federal Bureau of Control” (Departamento Federal de Controle).
E é assim que o jogo começa, ‘sem pé nem cabeça’. Você não sabe o que está rolando e simplesmente é jogado em meio a ação com uma arma especial e letal (que somente o diretor possui) em busca de respostas que parecem não fazer o mínimo sentido.
O DESENROLAR DA HISTÓRIA
O jogo é um mistério por si só, o próprio nome “Departamento Federal de Controle” é algo que não faz sentido e durante muito tempo você vai ser perguntar “o que raios é Controle?”. Assim como de costume em jogos da Remedy, para quem realmente quer seguir e entender a história vai ter que se forçar a ler os diversos documentos encontrados espalhados pelo ambiente do jogo. Todos esses documentos possuem censuras e você terá que exercitar a memória pra conseguir lembrar os relatos e ligar os pontos pra entender do que os documentos relatam. A também vídeos e explicações sobre eventos do jogo, importantes para você entender o que é “Controle” e como a sua responsabilidade no controle da agência é maior do que imaginava.
É muito legal ver aos poucos nossa personagem ir se adaptando com aquela confusão. E se você fizer um esforço, aos poucos estará tão curioso quanto Jesse!
BOA JOGABILIDADE E ÓTIMOS GRÁFICOS
Control é um jogo lindo mesmo para os consoles da geração anterior. Apesar de sofrer com muitas quedas de frame nesses consoles (algo minimizado depois de vários patches) não dá para tirar o mérito de como capricharam em vários pontos, como iluminação e principalmente os efeitos de física e partículas. Durante os tiroteios o ambiente vira um caos, tudo quebra, tudo voa pra lá e pra cá. É pedras, mesas e cadeira pra um lado; poeira, explosões e bala voando pro outro. É basicamente assim os conflitos. Tudo isso acompanhado de uma jogabilidade fluida e de comandos simples, podendo atacar seus inimigos de várias formas diferentes e utilizando de várias estratégias diferentes para se defender também, seja atrás de pilares ou criando uma barreira com seus poderes.
Vale destacar aqui que o game usa e abusa das suas habilidade e reflexos. Na dificuldade normal do jogo os inimigos dão muito dano, podendo te matar facilmente com dois ou três acertos, enquanto você precisa dar ‘um milhão de tiros’ ou usar a criatividade para matá-los de forma eficiente.
NEM TUDO SÃO FLORES
Duas coisas que me ‘tiraram do sério’ em Control foram os tempos de loading quando você morre e o mapa confuso, difícil de localizar os objetivos. Talvez a parte do mapa confuso seja proposital, afinal estamos em um edifício que muda sua forma constantemente. Ao andar pelos corredores e prestando atenção aos cartazes você verá diversos avisos sobre esse fato. Então é comum você se perder ou não saber se o seu objetivo é no andar de cima ou debaixo, não saber como você sobe ou desce também. É uma bagunça total e durante um bom tempo você vai rodar o mapa. Tem um ponto em que você vai começar a decorar os caminhos e isso vai ficando menos frustrante, mas até lá segura a onda!
No início o jogo é bem fácil, mas depois de certo tempo ele fica bem apelativo. E morrer nesse jogo pode ser algo bem aborrecedor, principalmente porque os tempos de loading no Xbox One é enorme… O que faz perder a paciência e desanima um pouco, principalmente quando você morre e precisa percorrer um caminho longo até o local que você estava de novo.
Eu não diria que esses pontos sejam cruciais para desmerecer o jogo, mas não posso mentir dizendo que o jogo é perfeito. Se você tiver paciência, você vai triunfar!
JESSE VAI TE CONQUISTAR
A Jesse, como já mencionei, é uma jovem garota como qualquer outra. Porém ao avançar a história e conforme você vai descobrindo sua identidade e sua personalidade, ela te conquista. Seja pelas suas piadas, indiretas ou sarcasmo.
Em Control fica evidente a habilidade inquestionável da Remedy em criar bons personagens, assim como já vimos em Alan Wake e Quantum Break. Não é surpresa que temos aqui personagens com uma história de fundo interessante e com a nossa protagonista não é diferente. Você está no controle de uma total desconhecida e aos poucos você vai descobrindo vários fatos interessantes sobre a vida dela. E é possível ver o seu amadurecimento durante o desenrolar da história, afinal, sem mais nem menos e de forma muito inesperada nos vemos no controle de uma organização inteira que você não entende bulhufas e nem ao menos sabe qual é a importância ou relevância de sua existência.
VALE A PENA JOGAR?
Control foi mais um dos jogos que joguei em 2021 e que me surpreendeu de forma positiva. Eu vi ali uma grande potência para se tornar algo maior. Com seu “ambiente aberto a exploração” e uma trama confusa (porém bem escrita) é um jogo que sai um pouco dos padrões que geralmente vemos em outro do gênero, com a capacidade para te imergir em um mundo louco e desafiador.
Resumindo, o game é uma verdadeira aventura psicodélica obrigatória e se você possui um Xbox Series S | X poderá aproveitá-lo em sua melhor forma, com frame rates estáveis e um loading time bem menos punitivo.
Eaí o que vocês acham vale apena jogar?
Esperamos que tenha gostado!
Essa análise é uma opinião do autor: Thito Gamer
Editor do texto: @CaixistaFox