História

Ambientado em 1579, durante o período Azuchi-Momoyama, o jogo mescla as trajetórias pessoais dos protagonistas à complexa situação política do Japão feudal, sob o domínio do daimyo Oda Nobunaga. A trama se aprofunda na cultura local, com direito a um códice explicativo que detalha práticas, locais e costumes japoneses.
Diferente dos títulos anteriores, Shadows praticamente ignora a narrativa moderna da franquia. Não há continuidade direta da história de Basim (de Mirage) ou do arco iniciado com Layla em Valhalla. O único vestígio da trama do Animus envolve duas entidades digitais, Guia e Ego, cuja importância para a franquia é mínima até o momento.
Gráficos e Imersão

Os gráficos apresentam um salto significativo de qualidade, refletindo o foco exclusivo na nova geração de consoles. A vegetação é densa e reage dinamicamente ao clima, criando uma sensação realista de imersão. Um destaque é a interação com o cenário: o jogador pode cortar bambuzais, tecidos e objetos leves, tornando a movimentação mais impactante.
Entretanto, as expressões faciais continuam limitadas. Apesar de Mirage ter sugerido uma melhoria nesse aspecto, Shadows mantém apenas o básico, o que é perceptível quando comparado a jogos como Avowed. Ainda assim, após algumas horas, essa limitação tende a ser ignorada.
Mapa e Atividades

Com nove províncias bem estruturadas, o mapa oferece diversidade de biomas, pontos de interesse e uma variedade de missões secundárias. Cada região traz pequenas mudanças visuais e culturais, contribuindo para uma ambientação viva e autêntica.
Entre as atividades, destacam-se:
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- Kofun: pequenas dungeons;
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- Sumi-e: pinturas com animais;
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- Kuji-kiri e Kata: minijogos baseados em QTEs;
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- Sumi-e Lendário: registro de animais míticos em estações e horários específicos;
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- Bases e postos avançados: com confrontos contra samurais daisho e saques.
Um diferencial marcante é o sistema de estações do ano, que altera profundamente o visual e o gameplay. O inverno, por exemplo, cobre tudo de neve e muda a dinâmica de furtividade e combate.
Protagonistas
Naoe Fujibayashi (Shinobi)

Interpretada por Masumi Tsunoda, Naoe é uma assassina ágil e silenciosa, filha de um líder do clã Iga. Seu estilo foca em furtividade e agilidade, utilizando armas como katana, tanto, kusarigama, além de bombas de fumaça, kunais e shurikens. Sua construção narrativa é forte, evoluindo de jovem impetuosa à guerreira madura.
Yasuke (Samurai)

Interpretado por Tongayi Chirisa, Yasuke é um guerreiro forte e imponente, inspirado em registros históricos reais. Resgatado por jesuítas e acolhido por Oda Nobunaga, ele se torna samurai de honra. Seu estilo é voltado ao combate pesado, com armas como naginata, arco e teppo, compensando a baixa mobilidade com grande força e resistência.
Personagens Secundários e Construção de Base

Shadows permite recrutar aliados ao longo da campanha. Esses personagens habitam uma base personalizável, com elementos de gerenciamento, como criação de estruturas e cuidados com animais. As interações influenciam suas atitudes e o desenvolvimento de determinadas missões.
Interface e Sistema de Jogo

A interface mantém o padrão Ubisoft: barra de vida, ferramentas equipadas, habilidades e a possibilidade de chamar aliados. O menu é completo, com sistema de armas, trajes, amuletos e o já conhecido códice de curiosidades. Destaque também para o modo foto robusto e os carregamentos rápidos que permitem treinar movimentos enquanto o jogo carrega.
Conquistas e Platina

A platina ou os 1000G são acessíveis com exploração natural. A principal dificuldade está na conquista “Uma Ocorrência Rara”, que exige registrar todos os animais lendários em diferentes estações. Como o jogo não explica que as estações afetam isso e mudam com o tempo, o jogador pode perder oportunidades se não souber desde o início.
Conclusão

Assassin’s Creed Shadows é um título sólido, bonito e bem executado. Apesar de alguns tropeços técnicos e escolhas questionáveis de narrativa, o jogo entrega uma experiência envolvente. A combinação de ambientação histórica, jogabilidade variada entre os protagonistas e novidades como o sistema de estações reforçam que a Ubisoft está no caminho certo — ouvindo os fãs e testando novas fórmulas dentro da franquia.
Dito isso, encerramos nossa análise. Até a próxima crítica pessoal!

Esperamos que tenha gostado!
Essa análise é uma opinião do autor: Nycollas Moreira (Ninja)
Editor de texto: Gian Lucca (Player Fox)
Assassin’s Creed Shadows
Assassin’s Creed Shadows leva a franquia ao Japão feudal com dois protagonistas jogáveis: Naoe, uma shinobi ágil e furtiva, e Yasuke, um samurai poderoso de combate direto. Ambientado no período Azuchi-Momoyama, o jogo mistura narrativa histórica, exploração, sistema dinâmico de estações do ano e elementos típicos de RPG moderno. O mapa é extenso, com nove províncias cheias de atividades, templos, bases inimigas e missões secundárias. A parte gráfica impressiona, principalmente na vegetação e nos efeitos climáticos, embora as expressões faciais permaneçam básicas. A jogabilidade varia bastante entre os personagens, permitindo estilos diferentes de abordagem. Apesar de alguns problemas técnicos, como ausência de transição manual entre dia e noite, ausência da tradicional águia e alguns crashs, o título se destaca pelo cuidado com a ambientação e inovação em certos aspectos. É um passo sólido da Ubisoft, com potencial ainda maior após atualizações e conteúdos extras.
- Ambientação detalhada no Japão feudal
- Estilos de gameplay distintos e complementares entre personagens
- Sistema dinâmico de estações do ano
- Mapa variado, repleto de atividades e missões secundárias
- Combate fluido
- Ausência do sistema de meditação para alternar entre dia e noite
- Ausência da águia de reconhecimento
- Expressões faciais limitadas
- Pequena frequência de crashs
- Abandono da trama moderna da franquia