Child Of Light: Uma análise do jogo

Lançado em 2014 para Xbox,PC e outras plataformas, Child of Light, um RPG de ação, pode ser facilmente definido como o “conto de fadas” da Ubisoft, sua desenvolvedora. E o jogo é tão perfeito como um conto de fadas mesmo, ou, pelo menos,chega perto disso. Resumidamente, Child of Light conta a história de Aurora, uma princesa, filha do Duque que é o governante da Áustria e era quem cuidava da criança, já que sua mãe morreu muito cedo.

Antes de tudo é bom relembrar que uma análise reflete a opinião pessoal de um autor sobre o jogo, cada pessoa pode ter uma experiência diferente, por isso se você discordar de algo escrito nessa análise saiba que isso é apenas uma opinião pessoal do autor.

Lançado em 2014 para Xbox,PC e outras plataformas, Child of Light, um RPG de ação, pode ser facilmente definido como o “conto de fadas” da Ubisoft, sua desenvolvedora. E o jogo é tão perfeito como um conto de fadas mesmo, ou, pelo menos,chega perto disso.
Resumidamente, Child of Light conta a história de Aurora, uma princesa, filha do Duque que é o governante da Áustria e era quem cuidava da criança, já que sua mãe morreu muito cedo. Contudo, em um certo dia, Aurora amanhece “morta” no palácio, mas acorda em outro mundo, uma espécie de “mundo mágico” com “criaturas extraordinárias”;o reino de Lemuria, e tenta buscar um jeito de voltar para casa, com ajuda de alguns seres que encontra lá.

É fato que a história não é lá das mais criativas, mas a forma como ela é contada que a torna tão especial: É um jogo linear e por isso sua progressão é muito bem-feita. Você conhece algum personagem, descobre mais coisas sobre aquele mundo, passa em diferentes localidades e conhece outros personagens e por aí vai. Essa estrutura da campanha do jogo remete muito ao livro Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry.
Além, é claro, da inspiração óbvia que o jogo tem dos contos de fadas clássicos franceses, que vai desde os personagens, como a Umbra: Rainha da Noite, vilã e nova esposa do Duque (a famosa madrasta má), até artisticamente.

Outro ponto positivo da história são os personagens: a caracterização deles é muito boa e a história, a lore de cada um é muito interessante. Há um cuidado muito grande para cada um dos aliados de Aurora, não são apenas NPCs ou seres extraordinários: todos tem seus dilemas e problemas, e todos conseguem resolvê-los ao final da história. (Pois todos foram felizes para sempre…) Algo a ser admirado num jogo desses.

Entretanto, os vilões não têm a mesma sorte: primeiro que alguns nem uma história têm,apenas aparecem no jogo, simplesmente surgem ali, como Cordelia, a filha da Umbra, o Ciclope ou até mesmo o Pássaro Gigante (este aí não possuí nem um nome).
A única vilã que tem a história um pouco mais aprofundada no jogo é Umbra, a vilã principal, devido ao laço direto que tem com a família de Aurora.

E por isso, mesmo sendo tão boa, a história do jogo não é perfeita: além de ser bastante previsível em alguns pontos, sua principal reviravolta não é muito bem construída, soa um tanto quanto forçada e deixa várias perguntas que simplesmente não são respondidas. Mas isso é só um detalhe tendo em visto tudo aquilo que o jogo acerta: Mesmo sendo inspirada em conto de fadas, é um jogo que consegue lidar com alguns assuntos mais sérios, como a perda, o luto, o sofrimento, problemas familiares que permeiam todos esses personagens deste mundo mágico, gerando então uma empatia por eles e uma história que consegue envolver o jogador.
Mas, mesmo assim, não é um jogo que deve agradar a todos, especialmente devido sua jogabilidade: ele consiste na exploração de Lemuria e no enfrentamento de alguns inimigos, já que é um RPG em combate de turnos. Essa forma de combate mais “estática”, mais “parada”, do que o combate em tempo real deve desagradar alguns, ainda mais que esses enfrentamentos são frequentes no jogo.

No entanto, mesmo não sendo o combate mais divertido ou ágil que se tem por aí, não chega a ser ruim nem monótomo, ou chato de se jogar, muito pelo contrário: muitos desses combates são extremamente difíceis, em especial os combates com os “chefes”
da campanha. Definitivamente não é um jogo fácil.
Aliado a isso, é um sistema de combate bem detalhado, vai muito além de “atacar e defender”: Os inimigos têm certas habilidades e certas fraquezas, e os personagens aliados a Aurora podem auxiliar bastante nessas fraquezas, já cada um tem uma ou mais habilidades diferentes na hora de lutar. Veja:

Há também o fato da idealização do jogo: Um jogo com uma ambientação dessas e sendo tão ligado aos contos de fadas não combinaria tão bem com combate em tempo real, sendo assim, mesmo que não seja o melhor sistema de combate, é o que mais consegue se relacionar com a forma em que o jogo foi concebido.
E, como dito, a jogabilidade consiste nos combates mas também na exploração das localidades de Lemuria, o mundo em que o jogo é ambientado. E que ambientação fenomenal.
A “aventura” de Aurora se passa em florestas, montanhas, castelos, até mesmo dentro do mar, numa espécie de Atlântida (o Palácio do Sol). Há uma diversificação de ambientes que é muito bem-vinda e é muito bem-feita, aliado a isso há a direção de arte do jogo que é belíssima; o design de ambientes é sempre impecável. Observe as imagens:

Child of Light é um jogo artisticamente impecável, isso incluí sua direção de arte mas também sua trilha sonora.
E, por falar nisso, que trilha sonora excepcional. O que há de mais interessante é que possuí sempre a mesma composição, a mesma melodia ,a sensação que o jogo imprime é que é sempre a mesma música. Música essa ligada diretamente a história; a música de Aurora e de sua mãe. Por vezes a música é referenciada e tocada por Aurora com sua flauta. Escute:

É perceptível o cuidado tido com a musicalidade do jogo, que varia de tom dependendo da situação ou do ambiente, mas sempre a mesma melódia bela, trágica e calma, assimcomo a história do jogo.
Contudo, uma coisa relacionada a parte sonora do jogo que pode não agradar a todos é o o fato de que não é dublado: os (ótimos) diálogos do jogo são todos escritos e passam em forma de cartão na tela, o que reforça ainda mais a ligação do jogo com contos de fadas, mas não é algo que chegue a incomodar, é apenas mais um detalhe do jogo.

Resumindo, Child of Light é um grande acerto da Ubisoft Montreal, um jogo que artisticamente é impecável, possuí uma história que consegue envolver quem estiver jogando e criar empatia com os personagens. Pode não agradar a todos, devido a seu sistema de batalha por turnos e por ser bem inspirada em conto de fadas. No entanto, é um jogo que possuí tantas qualidades quase inquestionáveis, que seus defeitos se tornam quase imperceptíveis, mas não inexistentes.


Nota: 4/5

Eaí o que vocês acham, vale apena jogar?

Esperamos que tenha gostado!

Essa análise é uma opinião do autor: Sub Zero

Editor de texto: @CaixistaFox