Uma Análise da Franquia Wolfenstein: Do Renascimento ao Declínio

Uma jornada intensa por todos os jogos do reboot da série dieselpunk mais icônica dos FPS

Nesta matéria, trazemos uma análise completa de todos os jogos da franquia Wolfenstein lançados após o reboot de 2014. Vamos explorar jogabilidade, enredo, gráficos e pontos fortes e fracos de cada título.


Introdução: A origem de um clássico

Embora o pai dos FPS seja amplamente reconhecido como Doom, lançado para MS-DOS no início dos anos 1990, a id Software já havia lançado anteriormente outro jogo revolucionário: Wolfenstein 3D (1992).

Neste jogo, controlamos o lendário William Joseph Blazkowicz, um soldado americano encarregado de derrotar nazistas e até mesmo Adolf Hitler em um castelo inspirado no real Wewelsburg, na Alemanha. A franquia mistura ficção, ação e fatos históricos com uma dose exagerada de criatividade.


Wolfenstein: The New Order (2014)

Lançado para PC, PS3, PS4, Xbox 360 e Xbox One, The New Order marcou o renascimento da franquia pelas mãos da MachineGames. Com uma narrativa alternativa onde os nazistas venceram a Segunda Guerra Mundial, o jogo gerou polêmica ao abordar temas históricos com liberdade criativa e visual impactante. Controlamos BJ Blazkowicz, que acorda de um coma em 1960 e se une à resistência.

História

A narrativa começa durante o Dia D, em 1945, mas diferente da realidade, os nazistas vencem a guerra com o auxílio de tecnologia avançada e armas experimentais. BJ Blazkowicz, gravemente ferido, entra em coma e desperta 14 anos depois em um mundo dominado pelo Terceiro Reich. Ao lado de um pequeno grupo de rebeldes, ele embarca em uma jornada violenta para derrubar o regime e destruir o General Deathshead, responsável por horrores inimagináveis.

Jogabilidade

Combates intensos, variedade de armas e momentos de furtividade. A jogabilidade é fluida, constante e desafiante, com momentos que exigem tanto reflexos quanto estratégia. Documentos colecionáveis enriquecem o universo e explicam a ficção por trás das tecnologias absurdas vistas no jogo.

Gráficos

Cumpre bem seu papel. Embora não traga realismo extremo, o detalhamento é competente, principalmente nos robôs e estruturas tecnológicas. A ambientação, inspirada no brutalismo e em espaços opressivos, contribui para a imersão.

Notas:
Jogabilidade: 10
História: 10
Gráficos: 9


Wolfenstein: The Old Blood (2015)

Lançado em maio de 2015 para PC, PS4 e Xbox One, The Old Blood funciona como uma prequela standalone. Utilizando a mesma engine e jogabilidade de The New Order, traz novas missões, inimigos e ambientações, retornando ao icônico castelo Wolfenstein.

História

Situado em 1946, o jogo acompanha BJ em uma missão secreta para infiltrar-se no castelo Wolfenstein e recuperar documentos cruciais que indicariam a localização do General Deathshead. A missão falha e ele é capturado, forçado a escapar e seguir em busca de sua missão original. A narrativa aprofunda a atmosfera mística e sombria da série, introduzindo experimentos sobrenaturais e zumbis nazistas, ligados a uma lenda ancestral.

Jogabilidade

Mais foco em furtividade e desafios táticos. É o jogo mais difícil da franquia, com lutas intensas mesmo em missões aparentemente simples. A divisão entre capítulos contribui para o ritmo ágil e direto. Combates contra zumbis quebram a tensão e adicionam variedade.

Gráficos

Sem grandes mudanças em relação ao anterior, mas ainda belos e imersivos. A atmosfera claustrofóbica dos calabouços e os detalhes nos experimentos dão um ar mais sombrio e místico ao título.

Notas:
História: 8
Jogabilidade: 10
Gráficos: 9


Wolfenstein II: The New Colossus (2017)

Lançado em outubro de 2017 para PC, PS4, Xbox One e depois para Nintendo Switch, The New Colossus continua diretamente após os eventos de The New Order. É considerado o ápice do reboot pela narrativa ousada e cinematográfica, mas também gerou debates sobre seu tom político.

História

Após derrotar Deathshead, BJ é resgatado à beira da morte. Agora, debilitado fisicamente, ele continua a luta contra o regime nazista, que domina os Estados Unidos. O jogo foca na perseguição implacável da general Engel, vilã introduzida no jogo anterior, que deseja aniquilar a resistência. A história aborda temas como trauma, perda, paternidade e identidade, com reviravoltas surpreendentes, incluindo cenas intensas como a execução pública de BJ. A narrativa é ambiciosa, emocional e provocativa, reforçando o peso das consequências da guerra.

Jogabilidade

Melhorias em armas e liberdade de abordagem. Mistura combates explosivos com momentos furtivos. Introduz upgrades de armadura e habilidades especiais que ampliam a movimentação do jogador, como atravessar obstáculos ou esmagar inimigos. Cada escolha impacta diretamente a estratégia do jogador.

Gráficos

A evolução gráfica é clara. Ambientes mais detalhados, boa iluminação e efeitos de partículas tornam a experiência visualmente rica. A ambientação nos EUA ocupados oferece cenários variados, de cidades em ruínas a bases submarinas.

Notas:
História: 10
Jogabilidade: 10
Gráficos: 10


Wolfenstein: Youngblood (2019)

Lançado em julho de 2019 para PC, PS4, Xbox One, Switch e Stadia, Youngblood é um spin-off cooperativo estrelado pelas filhas de BJ. Marcado por críticas quanto à narrativa superficial e mudanças na jogabilidade, o título tentou inovar com elementos de RPG e foco em multiplayer, mas recebeu recepção mista.

História

Situado nos anos 1980, o jogo acompanha Jessica e Sophia Blazkowicz, em busca do pai desaparecido em uma Paris ocupada. A trama falha em transmitir urgência ou profundidade, com motivações rasas e transições mal construídas. BJ é uma figura quase ausente, e o mistério sobre seu desaparecimento se resolve de forma anticlimática. As irmãs começam inexperientes, mas rapidamente tornam-se assassinas habilidosas, sem grande desenvolvimento. A narrativa lembra mais um filme adolescente do que um drama de guerra.

Jogabilidade

Adota elementos de RPG e foco no cooperativo. Barra de vida para inimigos, loot e árvore de habilidades tornam o jogo mais repetitivo e menos imersivo como FPS. O design das missões é mais aberto e repleto de tarefas secundárias, com estrutura similar a um jogo de serviço. Os combates são frustrantes em momentos cruciais, com chefes desequilibrados e picos de dificuldade inesperados.

Gráficos

Apresenta avanços e retrocessos. Em alguns momentos belíssimo, em outros, mal acabado. Bugs gráficos foram frequentes e prejudicaram a experiência. Apesar disso, alguns cenários urbanos de Paris sob ocupação são visualmente interessantes.

Notas:
História: 5
Jogabilidade: 7
Gráficos: 8


Conclusão geral

A franquia Wolfenstein se manteve forte e relevante até The New Colossus. Combinando ação frenética, ambientação distópica e uma narrativa que mescla história e ficção, a série ofereceu experiências marcantes. Infelizmente, Youngblood destoou ao tentar inovar de forma apressada.

Apesar disso, os três primeiros títulos do reboot ainda são indispensáveis para fãs de FPS, com histórias envolventes e jogabilidade afiada. Que o futuro da franquia retome o caminho da resistência com a mesma força de BJ Blazkowicz.

Dito isso, encerramos nossa análise. Até a próxima crítica pessoal!

Esperamos que tenha gostado!

Essa matéria é uma opinião do autor: Gabriel Botari (Busuba Gameplay).

Editor de texto:  Gian Lucca (Player Fox)