Little Nightmares: Uma análise do jogo

Little Nightmares, desenvolvido pela Tarsseir Studios, é um jogo que consegue ser, ao mesmo tempo, misterioso e extremamente claro na mensagem que aborda. Entretanto, um adjetivo que mais vi para o caracterizar é macabro. Eu concordo com essa definição, mas diria que Little Nightmares é bem mais complexo do que isso.

Little Nightmares, desenvolvido pela Tarsseir Studios, é um jogo que consegue ser, ao mesmo tempo, misterioso e extremamente claro na mensagem que aborda. Entretanto, um adjetivo que mais vi para o caracterizar é macabro. Eu concordo com essa definição, mas diria que Little Nightmares é bem mais complexo do que isso.
No jogo em questão, resumidamente, acompanhamos uma menina, uma criança de capuz amarelo, tentando fugir de seus monstros de infância (por isso o nome) no sentido literal, são monstros personificados. O design de personagens, aliás, é perspicaz ao passar o terror que essas figuras representam. Nesse aspecto, uma coisa que eu achei genial foi a falta de proporcionalidade entre a criança e o restante do mundo do jogo- ela é praticamente do tamanho de um inseto, o que ajuda muito em fazer com que esse lugar fique ainda mais assombroso, mais temível.

Falta de proporcionalidade

Outro fator que chama atenção na história do jogo é a forma que ele retrata a fome. Sendo de onde vem a ideia de que ele é macabro (dentre outras coisas): Six, a protagonista, é uma menina que foge do sistema horripilante criado no jogo, e por isso não tem o que comer, e, em certos momentos, ela quase morre de fome (literalmente), fazendo o necessário pra conseguir alguma coisa pra se alimentar, gerando momentos surreais. Agora, algo que posso dizer sobre esse sistema conectado do jogo é que é a parte mais assustadora de toda e narrativa e que, inclusive, é algo possível em nossa sociedade.

Deixando as cartas na mesa: Little Nightmares, por trás de toda essa atmosfera macabra e assustadora, escancara a crítica sem medo de dois fatores sociais muito importantes nos dias atuais, são eles: a fome extrema e a glutonaria. É interessante que são conceitos inteiramente opostos mas que contrastam entre si durante os acontecimentos do jogo: Six sempre está com fome, e sempre passa por locais com uma quantidade espantosa de “comida” (entre aspas mesmo).
Existem outros paralelos possíveis a se fazer com jogo, como, por exemplo pessoas em situações de rua ou, talvez o mais óbvio, de abandono de crianças, já que Six foi abandonada antes dos eventos do jogo. Contudo, o que mais se destaca nesse jogo é essa questão da fome e glutonaria, e, o que mais assusta nesse “pequeno pesadelo”, é que os monstros talvez não sejam monstros no sentido mais puro da palavra, podiam ser pessoas plenamente capazes do que os monstros fazem no jogo.

Glutonaria dos monstros em Little Nightmares

O que mais gostei em Little Nightmares é a atmosfera de terror criada em cima dele. A gameplay ajuda bastante nisso: Existem vários momentos de tensão no jogo, em especial em relação aos monstros, momentos esses que são muito bem construídos e geram o efeito de pânico necessário.
Sobre a gameplay em si, o que posso dizer é que se adequa perfeitamente a tudo aquilo que é proposto no jogo. Existem alguns puzzles na narrativa mas são bem simples, então é bem rápido de passar. Afinal, sem as DLCs, é um jogo de apenas 3 horas, não tem como ser diferente.

Six sendo caçada escondida dentro da caixa
Resumidamente, Little Nightmares consegue, em poucas horas de gameplay, ser assustador, macabro, espantoso (no bom sentido) em uma narrativa muito misteriosa, ao mesmo tempo que consegue fazer uma crítica social muito pertinente a nossa sociedade, tudo isso em um jogo com uma jogabilidade simples mas que cumpre seu papel. Pra mim, ele é quase perfeito.

E aí? Concordam com a análise? Discordam de algo? Comentem aí em baixo 😉

 

Nota: 9.5/10

Eaí o que vocês acham, vale apena jogar?

Esperamos que tenha gostado!

Essa análise é uma opinião do autor: Subzero

Editor de texto: CaixistaFox