Rise of the Tomb Raider- A ascensão de Lara Croft

Uma jornada épica e desafiadora. Descubra o jogo que redefiniu Lara Croft!

Data de lançamento: 10/11/2015
Desenvolvedor e distribuidor:
Crystal Dynamics
Plataformas: Xbox 360, Xbox One, Xbox Series S/X, Xbox Cloud Gaming, PC, PS4, PS5 (Atualmente disponível no Game Pass)

Esta análise é uma opinião de seu criador, Subzero

Rise of the Tomb Raider – continuação direta de Tomb Raider de 2013, desenvolvido pela Crystal Dinamics – tinha a árdua missão de ser ao menos tão bom quanto seu irmão mais velho, que tinha uma história no mínimo muito boa e uma gameplay excelente.

Felizmente, Rise of The Tomb Raider conseguiu captar o melhor que seu antecessor oferece ao jogador e elevar a outro nível, sendo, no meu ponto de vista, excepcional.

 

História 

Decidi começar essa review pelo atributo que, ao meu ver, é o ponto mais forte do game: a sua história. E é uma baita história.

Partindo dos eventos do desfecho de Tomb Raider, Lara Croft decide seguir os passos de seu pai e agora busca artefatos históricos relevantes, nesse caso, está atrás da Tumba do Profeta e da Cidade Perdida, local onde poderia encontrar a Imortalidade, algo que seu pai acreditava firmemente ser real e morreu tentando comprovar sua existência. Contudo, quem também procura esse local para alcançar a Imortalidade é a Trindade, uma organização militar que – não por coincidência – persegue Lara ao longo de toda a história, sendo a grande antagonista do jogo.

E é aí que se destaca um dos pontos positivos de Rise: os vilões. Se em Tomb Raider, Mathias era extremamente superficial – quase apenas um instrumento do enredo para ir do ponto A ao ponto B – aqui a situação muda. Os líderes da Trindade são implacáveis, destemidos, mas principalmente bem desenvolvidos, com motivações críveis em um enredo inteligente que estabelece uma conexão entre eles e a Lara Croft, explorada de maneira muito competente durante a campanha. E, sem estragar a experiência de quem possivelmente ainda não jogou, a cena de revelação da identidade do grande chefe da Trindade é simplesmente genial.

Reação de Lara ao descobrir quem é um dos chefes da Trindade

No entanto, o que mais destaca os antagonistas, na minha opinião, como verdadeiramente especiais é o quê de humanidade que é atribuído a eles. Afinal, a motivação que impulsiona a Trindade a cometer atos hediondos é algo totalmente compreensível e, além disso, no lugar dos vilões, embora equivocados em relação ao método, muitos poderiam ter agido de maneira semelhante ao que fazem, evidenciando esse lado humano que os impulsiona. 

O mais interessante nisso é a relação existente entre a humanidade e o sagrado, representada pela busca da Imortalidade aqui, onde vemos pessoas “comuns” lidando com algo muito mais grandioso do que elas, mas que, mesmo assim, colocam suas questões e problemas pessoais como prioridade.

Outro ponto bastante explorado na história é o passado de Lara e sua relação com a família Croft, aprofundando um pouco a ligação que ela tinha com seu pai, com flashbacks mostrando um pouco mais da infância de Lara e o convívio com ele durante a campanha do jogo. Isso serve como pano de fundo para mostrar de onde vem sua inspiração e por que ela acredita tanto que ele estava certo sobre a Cidade Perdida, além de revelar a origem dessa determinação que a protagonista tem para não desistir, seja para sobreviver – como na ilha do primeiro jogo – seja para encontrar a Cidade Perdida.

Imagem – flashbacks

Dentro desse contexto, eu pessoalmente considerei muito interessante observar como Lara Croft evoluiu em comparação com o primeiro jogo da trilogia. Em Tomb Raider, Lara está perdida, tanto geograficamente quanto internamente, e a história se encerra com ela se encontrando, em todos os sentidos, e finalmente descobrindo quem ela realmente é. Já em Rise, Lara está estabelecida como uma sobrevivente, mas mais do que isso: ela sabe exatamente o que quer e não poupará esforços para alcançar seus objetivos, algo que é comprovado logo na primeira cena do jogo, mostrando que ela faria de tudo para provar que seu pai estava certo.

É nesse contexto que ocorre a Ascensão no título do jogo; ela deixou de ser alguém que busca apenas sobreviver e passou a ser uma verdadeira exploradora, que não teme mais os riscos que enfrenta. Dessa forma, Lara passa por muitos desafios durante a campanha, com momentos de pura tensão em que ela está a um passo (literalmente) de morrer, seja pela Trindade ou por perigos que ela mesma enfrenta, como quando, por exemplo, precisa confrontar um urso na sua própria caverna. Ainda assim, ela consegue superar todas as adversidades aqui, por ser uma sobrevivente nata e por ser uma Croft.

Imagem- Urso

Resumindo, a história de Rise of the Tomb Raider consegue superar a de seu antecessor, dando um enfoque mais que bem-vindo na protagonista e na sua família, e constrói de forma brilhante seus antagonistas, mas sem perder momentos de tensão e sequência de quase-morte que marcam a identidade da franquia, algo que impacta bastante a gameplay do game.

Gameplay 

E falando da Gameplay, é notável a evolução nesse aspecto em comparação com o Tomb Raider de 2013. Algumas novas funcionalidades foram adicionadas, proporcionando uma contribuição significativa ao jogo, sem perder a essência. O que mais me agradou na jogabilidade de Rise é o avanço nos enigmas/desafios dispostos em várias partes da campanha, exigindo uma verdadeira pausa para pensar em como as engenhocas (que na narrativa do jogo são desenvolvidas por civilizações antigas) funcionam e o que fazer para resolvê-las. Isso torna os desafios mais complexos e, ao mesmo tempo, mais gratificantes ao completá-los e “passar de fase”. Essa abordagem é algo que considero muito bem-vindo, afinal, foram esses desafios que marcaram os primeiros jogos da franquia na década de 90.

Imagem – puzzles das civilizações

Contudo, como se trata de um jogo essencialmente de ação, momentos de puro combate e de perseguição não poderiam faltar e aqui há vários deles. Na maioria desses momentos, utiliza-se QTEs para conseguir escapar daquela situação e sobreviver, gerando uma certa tensão de estar à beira da morte, o que já marca a identidade dessa nova trilogia da franquia. Existem também ocasiões em que a jogabilidade foi usada de forma inteligente, como, por exemplo, quando Lara está sendo perseguida pela Trindade e fica presa num subsolo inundado por água de uma sala com vários soldados, tendo que eliminá-los furtivamente, um por um, sem que nenhum deles perceba. Esses e outros momentos da campanha mostram que a gameplay foi bem utilizada.

Imagem- Lara eliminando soldado por soldado

Dessa forma, Rise of the Tomb Raider tem uma jogabilidade com foco em puzzles e quebra-cabeças, sendo esses mais elaborados do que os de seu antecessor, mas também conta com momentos de puro combate e perseguição. A junção desses dois elementos faz com que sua gameplay seja excelente e superior à de seu irmão mais velho.

Mapa e ambientação

Além disso, outro elemento que marca a evolução desse jogo em comparação com o Tomb Raider é a sua ambientação e o tamanho do mapa do mundo. Afinal de contas, Rise of the Tomb Raider possui um mapa consideravelmente maior que seu antecessor, com muitas áreas para se explorar. Ainda assim, mantém uma característica que é muito boa no primeiro jogo: a diversidade de biomas no mapa. Ambientado na Sibéria, o game oscila suas localizações entre tundras (locais gelados e árticos) e florestas temperadas, além, é claro, das cavernas e das “cidades perdidas” para encontrar artefatos históricos. Há também um foco na exploração do jogo, seja para obtenção de recursos, como recursos botânicos ou pele de animais a partir da caça, além de encontrar colecionáveis como cartas, áudios, manuscritos e outros.

Imagens – diversidade do jogo

Rise é mais completo e com mais tarefas para se fazer durante o jogo, se comparado ao seu antecessor: aqui há a adição de missões secundárias envolvendo NPCs que permeiam o mundo do game, podendo realizar essas missões em qualquer momento da história, já que há a possibilidade de se viajar entre acampamentos de diferentes pontos do mapa. No geral, as missões secundárias são boas adições ao game, variando um pouco as atividades realizadas na campanha principal, e de quebra, te ajudam a conhecer mais o universo do jogo.

Entretanto, se há algo que eu particularmente não gostei muito foi o conteúdo extra, especificamente a DLC Baba Yaga: O Templo da Bruxa

A DlC não acrescenta em nada o que foi apresentado no jogo, com o plot da história sendo o mais batido e óbvio possível, possuí poucos momentos de gameplay realmente inspirados e de tirar o fôlego. É, de certa forma, um conteúdo adicional que não adiciona em nada o que o jogo tem a oferecer.

Imagem- DlC baba Yaga

E para finalizar, algo que pode não parecer, mas que é importante citar: A dublagem em PT-BR. O que é louvável e aumenta muito a imersão dos jogadores nativos, tanto pelo game como pelo mundo construído por ele. É algo que definitivamente deve ser incentivado na indústria de games.

Conclusão 

Concluo dizendo que “Rise of the Tomb Raider” conseguiu superar seu antecessor (que já era fora do comum) incrementando elementos de gameplay e do mapa que aumentam o tempo de vida do jogo, se tornando uma experiência ainda mais satisfatória, além, é claro, da campanha, que consegue trabalhar sua personagem principal e seus antagonistas de maneira sem igual. Como o próprio título diz, é mesmo a ascensão de Tomb Raider, em que a franquia esteve em sua melhor forma, se tornando, então, uma inabalável obra-prima. 

Essa análise é um opinião do autor: Subzero

Editor de texto: M.J. Astrobit

Rise of the Tomb Raider

Rise of The Tomb Raider consegue captar o melhor que o seu antecessor tem a oferecer e elevar a um outro nível, contendo puzzles bem criativos durante a gameplay, com a personagem principal e os antagonistas sendo muito bem trabalhados durante a campanha. É, no meu ponto de vista, excepcional.

10
  • História excelente com enfoque na personagem principal
  • Antagonistas bem-construídos
  • Missões secundárias criam uma boa variedade de atividades
  • Mapa com diversas ambientações e áreas para explorar
  • Puzzles inteligentes e desafiadores
  • Dublagem em PT-BR
  • DLC da Baba Yaga