Uma análise da história dos controles Xbox e sua importância

Nesse artigo queremos mostrar a história de desenvolvimento dos controles da marca Xbox, evidenciando sua importância e relevância na gameplay.

Primeiramente, pode-se dizer que o controle faz a gameplay ou que a gameplay já vem pronta? 

Ambos são verdadeiros e isso não deve ser surpresa para nenhum jogador de longa data, seja nos consoles ou no PC, porém, qual é a real importância de um bom controle no sentido físico da coisa? 

Nesse artigo queremos mostrar a história de desenvolvimento dos controles da marca Xbox, ao longo de seus mais de 20 anos de existência, então pega um lanche, um suco e aproveite para acompanhar o que o passado e o presente dessa história tem a nos mostrar. 

O início

No passado, mais especificamente no ano de 1998, veio ao mundo o que seria o último console da Sega, o famoso Dreamcast, que trouxe diversas novas ideias para o segmento de consoles domésticos, mas o ponto aqui é o seu controle. 

(Esse controle parece familiar, não?!) 

Um design bastante interessante, mas que ainda não havia adotado algumas funções básicas, como ter dois analógicos, algo que se tornaria a regra da indústria e das gameplays da época. Ainda assim, é um controle bastante conceituado e bastante elogiado por ter funções únicas, como memory card com jogos interativos, tecnologia essa que não foi adiante infelizmente. 

Mas até agora o que isso tem de familiar e em que se relaciona com o Xbox? 

Calma! Agora vem a parte que vai dar o sentido a todas as coisas meu caro leitor! 

No ano de 2001, era apresentado ao público o que seria a primeira iniciativa da Microsoft de ingressar no mercado de consoles domésticos. Dado o sucesso que esse segmento alcançou na quinta geração de consoles, a ideia de ingressar nessa área era no mínimo sedutora demais para ser deixada de lado pela gigante de Redmond. 

(Anúncio mais inusitado da indústria diria eu) 

O console foi apresentado e um detalhe que chamou a atenção do primeiro console 100% Microsoft foi o seu controle, o chamado Duke Controller!

Um controle de grandes proporções, com botões dispostos de forma assimétrica, muito diferente dos mais populares da indústria na época. Apesar de causar certa estranhesa à primeira vista, o controle tem seus encantos e uma boa ergonomia na maioria dos casos. 

Esse controle já contava com gatilhos analógicos na parte de trás da carcaça, D-Pad com acionamento por membranas semelhante ao de Super Nintendo, cliques nos analógicos direito e esquerdo para mais possibilidades de comandos, seis botões de ação sendo eles A, B, X e Y, além dos botões Black e White. E assim como o controle do famigerado Dreamcast, o Duke também possuía entrada para memory cards e acessórios direto na parte superior do mesmo. 

Embora o projeto fosse bastante arrojado e audacioso, para causar um impacto que mostrasse que o Xbox vinha para o mercado como sendo algo grande, essa grandiosidade no controle acabou não agradando muito o público oriental, se tratando de uma região diferente dos EUA, por diversos fatores a demanda por um controle menor, mais compacto, que coubesse melhor nas mãos, principalmente em relação ao público japonês, veio o segundo controle, uma reformulação do Duke

(O controller S é uma versão “reduzida” do seu irmão Duke

O Xbox Controller S por sua vez caiu nas graças dos usuários da marca, com botões rearranjados de forma simétrica, com analógicos de formato idêntico, deram ao controle um visual mais sóbrio, foi uma mudança muito acertada, tanto que pouco tempo depois se tornou não uma opção a mais para os donos do console, mas sim o controle padrão, colocando o controle Duke na galeria de itens de “coleção”. As funções do controle ainda eram as mesmas, com slots de memory card no controle e para headset por exemplo. A mudança estética surtiu um efeito além do esperado pela marca, tornando-se um controle de referência em qualidade e ergonomia, que é o que veremos mais a frente. 

Geração do Xbox 360

No ano de 2005 era apresentado o novo console da família Xbox, o novíssimo Xbox 360

Vimos na E3 que o controle tinha medidas bastante parecidas com seu antecessor, o Controller S. Sem sombra de dúvidas a Microsoft acertou em cheio no caminho que deveria seguir em questão de controles. Agora com dois botões de ombro, RB e LB, respectivamente, e substituindo os botões Black e White do controle do primeiro Xbox. 

Grande parte da comunidade considera o controle do Xbox 360 como sendo o melhor de todos da família Xbox até hoje, mas isso não é uma verdade absoluta. Porém é inegável que esse controle trouxe ótimas melhorias para os consoles Xbox, bem como foi o primeiro controle totalmente sem fios em um console caseiro, também trouxe uma conexão ao headset em sua parte inferior, facilitando e muito a vida dos jogadores que amam uma partida online sendo que é graças à isso que este aspecto se tornou tendência na indústria, graças à uma visão de mercado bem audaciosa, se tornando também o controle padrão para jogos no PC. Outra caracterísca do controle é a possibilidade do jogador escolher como deseja usar sua alimentação de energia, ficando à critério do usuário decidir se prefere usar pilhas, baterias ou até mesmo cabo USB para jogar. 

Um controle ergonômico que começou a padronizar e dar identidade visual para o console da Microsoft, trazendo a logo no botão central do controle e gerando um impacto com o jogador de parecer algo extremamente tecnológico e avançado para o seu ano de lançamento. 

Geração do Xbox One

No ano de 2013, tivemos o conturbado lançamento do Xbox One. É uma história bastante turbulenta para a marca, consequências de algumas vontades que não se tornaram realidade, mas que impactam a marca até os dias de hoje, porém, o novo console trazia um controle com leves mudanças, nada drástico ou radical demais a ponto de descaracterizar o que já estávamos acostumados no 360. Porém o controle aparentava ser melhor assim que analizamos seu acessório.

Um grande acerto desse controle foi trazer um visual de identidade mais sóbrio na cor preta, parecendo um controle mais sério, mais direto ao ponto, que era a jogatina desenfreada, mantiveram as opções de alimentação do controle e os componentes internos foram pensados e construídos de maneira que o novo controle do Xbox One fosse capaz de consumir ainda menos energia que seu antecessor, aumentando assim as horas de duração das carga das pilhas ou das baterias. 

Porém, nem tudo foram rosas (longe disso nessa época), a empresa decidiu que seria uma boa ideia retirar o conector P3 para headsets direto no controle e substituir por um acessório de comandos para o headset, numa tentativa de talvez dar mais controle para o usuário sobre o acessório. 

O acessório era acoplado ao conector USB próprio do controle, era uma ideia até boa, porém que limitava o jogador a depender de um acessório extra para realizar uma função primária do controle, poder ouvir e conversar com seus amigos. 

No entanto, diante de alguns fatores além deste, a Microsoft decidiu lançar um segundo modelo junto ao Xbox One S e assim resolver a maior parte dos problemas do primeiro controle. 

(Simplesmente lindo) 

Houve mudanças quase imperceptíveis no visual do controle, mas a maior de todas as mudanças foi a implementação de um conector P3 em sua parte inferior, algo que ajudou os jogadores a economizarem uma boa quantia em dinheiro por não dependerem de um acessório. Muitas peças internas nesse novo modelo também foram reformuladas, externamente o controle era praticamente idêntico ao anterior, mas algumas peças móveis e conectores na placa do aparelho foram rearranjados para melhorar o desempenho e durabilidade do controle, o que o tornou um produto ainda melhor sem a necessidade de um aumento no preço (YES!). 

Geração do Xbox Series

Chegamos então ao momento do nosso passado próximo e presente, em 2020 viemos a conhecer os novos consoles de última geração da família Xbox, os novos Xbox Series X|S

Os novos consoles agora traziam mudanças na medida certa. 

Com linhas mais suaves, botões de ação e ombros mais duráveis além de uma sensação mais macia ao pressionar. O D-Pad também foi reformulado para ser mais fácil acionar 8 direções

Um novo botão de compartilhamento de capturas de vídeo e screenshots foi adicionado, o conector de headset se manteve e agora o controle também conta com uma entrada de cabo USB-C, o novo padrão da indústria de dispositivos móveis que ajuda o usuário a ter mais tranquilidade e mais acesso na hora de procurar um cabo para usar no seu controle. 

De forma racional e sempre observando as mudanças da indústria e as reinvidicações dos usuários, a Microsoft conseguiu o feito de sempre acertar na maioria dos seus modelos de controle sem desagradar a comunidade da plataforma Xbox, muito pelo contrário, quando se pensa em ergonomia e em uma boa jogabilidade, é impossível não considerar os controles de Xbox, sejam eles quais modelos forem. 

O bom trabalho da equipe de engenharia de hardware da divisão Xbox fica bastante evidente quando olhamos para a construção de seus controles, estes que são a peça fundamental para que aproveitemos bem nossas horas de jogatina. 

Mas e aí, o controle por si só define uma boa gameplay

Evidentemente os controles não fazem milagre na hora de jogar, mas um controle bem construído e pensado no conforto do usuário pode sim fazer com que a diversão ao jogar seja muito mais prazerosa, ou então cansativa caso esse acessório tão importante não seja bem construído, se o console não possuí um controle que faça o jogador se sentir confortável não importará o quão bom o jogo seja se as mãos dos jogadores estiverem cansadas ou desconfortáveis. Pensando nisso, seguramente o controle não define se a gameplay do jogo será boa, mas garante o quanto será prazerosa a expêriencia de controlar o mundo através da tela, seja na TV, no monitor ou no celular. 

Curiosidades

As suspeitas de parceria entre a Sega e a Microsoft no projeto do primeiro Xbox ganhou muita força na medida que observarmos como os controles de ambos possuem características muito semelhantes, a exemplo de seu formato. Mas o detalhe que mais evidencia isso é o fato de ambos terem entradas para seus memory cards na parte superior.  

(Como se pode ver é difícil negar que houve ao menos uma “inspiração” no projeto) 

O primeiro Xbox teve um controle bastante inusitado, que te permitia sentir como poderia ser controlar um Mecha de verdade no jogo MechAssault.

(Não foi exigido CNH para usar este controle)

O Xbox liga para o seu legado de controles

A empresa Hyperkin em parceria com a Microsoft está empenhada em manter viva a história dos controles Xbox para as gerações atuais, já tendo lançado um novo modelo com conexão por cabo USB do controle Duke em comemoração aos 20 anos da marca Xbox.

E mais recentemente, veio a público a informação de que teremos em breve o relançamento do controle que tantos amaram no 360 pelas mãos da mesma empresa responsável pelo controle Duke.

As imagens do anúncio do relançamento do controle Xbox 360 já mostram algumas características como a adição do botão Share ao centro do controle e a informação de que o controle será cabeado e terá compatibilidade total com Xbox One, Series X|S e Windows.

E assim vemos o quão interessante foi a evolução do acessório mais importante para nossas jogatinas.

Eaí o que vocês acham, qual seria seu controle Xbox favorito?

Esperamos que tenha gostado!

Essa matéria é uma opinião do autor: Gabriel Botari(Busuba Gameplay)

Editor de texto: CaixistaFox