Durante os últimos meses, vimos muitas mudanças por parte das grandes empresas, o Xbox vem se distanciando cada vez mais do mercado de exclusivos e investindo cada vez mais em jogos para outras plataformas e serviços de melhor qualidade a seus consumidores novos e “fiéis”. A PlayStation por outro lado, segue apostando suas experiências em demais plataformas, como: PC, Cloud e dispositivos móveis. Começando com Helldivers 2 para PC e com rumores do mesmo chegar à plataforma rival: Xbox. Além de que a Playstation vem criando um portfólio de jogos de serviços chegando futuramente. Afinal, o que fez ambas as empresas tomarem essas respectivas mudanças de planejamento no mercado? Aqui iremos compreender um pouco dessas mudanças.
Xbox mudando por completo
O Xbox, tem mudado bastante na sua estratégia dentro de mercados de jogos. A começar com lançamentos de seus jogos em demais plataformas, que foram: Sea of Thieves, Hi-Fi Rush, Grounded e Pentiment. Estes jogos chegaram para as plataformas rivais: Playstation e Nintendo (Com exceção de Hi-Fi e Sea of Thieves para a Nintendo) a partir daí, a Microsoft deixa bem claro que está acompanhando que segundo eles: “Uma nova transformação no cenário de games”. Disponibilizar jogos em mais plataformas, para que todos tenham acesso a uma experiência Xbox sem restrições, isto é: “jogos de Xbox sem exclusividade”. Apesar das declarações, não temos resquícios de próximos jogos chegando as plataformas concorrentes. O próprio CEO da Microsoft Gaming: Phil Spencer, já declarou que não há promessas de mais jogos chegando ou de que todos os jogos da plataforma da Microsoft estejam a caminho a demais plataformas rivais. Essas decisões estão sendo tomadas diante da crise que o setor de games se encontra hoje: estúdios fechando e funcionários sendo demitidos. No entanto, a mesma que prometeu em garantir uma vida saudável para todos os estúdios, demite mais de 1.900 funcionários no começo do ano, e nessa semana, fecharam 4 estúdios de jogos que são: Roundhouse Studios (Estúdio suporte para grandes jogos) Alpha Dog Games (Estúdio por trás do jogo mobile: Mighty Doom), Arkane Austin (Estúdio por trás de Prey, Dishonored e Redfall) e o único estúdio japonês da gigante americana: Tango Gameworks (Estúdio por trás de, The Evil Within 1 & 2, Ghostwire: Tokyo e Hi-fi Rush). Com esses acontecimentos, é plausível dizer que a Microsoft não cumpriu um de seus objetivos: um melhor gerenciamento de seus estúdios adquiridos.
A começar pela Arkane Austin, no qual o próprio Phil Spencer garantiu que o estúdio não seria fechado com o lançamento desastroso de Redfall. Outro descumprimento, era o investimento contínuo no estúdio da Tango Gameworks que havia lançado ano passado o fantástico: Hi-Fi Rush, que apesar da boa recepção da mídia e um sucesso para o público, não foram os suficientes para “satisfazer” as metas da gigante de Redmond.
A Xbox passa por um momento delicado e perdendo cada vez mais a confiança de seus fãs desde o término do processo de compra da Activision, Blizzard| King. Esta mudança de estratégia e seus descumprimentos e acima de tudo a falta de transparência com seus clientes e investidores. A Microsoft ainda traz como um foco a trazer mais jogos a seu serviço de assinatura: Xbox Game Pass. Mas a que custo? Apesar de muitos jogos da Activision e demais estúdios próprios e de editores terceiros, quantos estúdios e funcionários poderão perder seus empregos para viabilizar o fluxo de caixa da empresa mesmo que tenha que descumprir seus planos aos seus consumidores? Uma incógnita, mas fato é, que repercussão negativa afeta cada vez mais. A Xbox ainda mantém o foco de oferecer serviços de assinatura que é o Game Pass, que está vinculado ao serviço de Streaming em jogos: Xbox Cloud Gaming, que permite diversos dispositivos possam desfrutar da experiência do Xbox através da internet. Um grande atrativo, mas enquanto a os consoles? O console mais poderoso da marca: Xbox Series X vem recebendo cada vez mais jogos da própria Xbox Game Studios mal otimizados sem aproveitar o poder total do console, além da possível perda de muitos jogos exclusivos que podem chegar ao PlayStation. De fato, o atrativo para os consoles Xbox é o Game Pass, já que este serviço provavelmente não chegará a outros consoles. Mas como trabalhar com este único atrativo se o serviço também está no PC e celular? Aparentemente, este seja a única exclusividade para o próximo console Xbox, além da plataforma em si, e os serviços que a disponibiliza para deixá-lo mais interessante. Mesmo que os atuais Xbox Series X|S já sigam este formato, suas vendas não estão indo bem, vendendo até bem menos que seu antecessor: Xbox One, considerado um fracasso pela Microsoft. Resta saber como serão os planos definidos pela gigante de Redmond.
Playstation em uma nova direção
Já a gigante japonesa, passa por uma mudança de estratégia que vai contra a maré de planos que ela utilizou como um grande modelo de sucesso. A PlayStation está começando a investir cada vez mais em jogos de serviços para gerar receita contínua a longo prazo, um exemplo é o próprio Helldivers 2, que foi um sucesso no PC e no PS5. Com boa recepção, o jogo rendeu reações positivas para continuar produzindo jogos de serviço. Entretanto, a PlayStation só conseguiu destacar os seus próprios jogos por serem, single-player (jogador único) sendo atrativo para muitos jogadores que gostam de experiências singulares. Cada vez mais, a PlayStation vem se afastando em construir novos jogos e franquias de jogador único, isso se deve a grande crise no setor de games: jogos de alta produção custando muito caro gerando um buraco no balanço financeiro da empresa, em outras palavras, se um jogo de videogame fracassar em recepção e vendas pode gerar não só em demissões, mas também o fechamento completo do estúdio por trás do jogo.
Por isso, a PlayStation continua com suas grandes produções, mas aparenta se limitar em criar jogos de franquias já estabelecidas que possam dar perspectiva de venda maior, um exemplo é a franquia God of War. Mas, porque investir em jogos de serviço? Ora, é só ver grandes jogos de serviço como: Fortnite, Call of Duty e Minecraft (os dois últimos pertence ao Xbox) que possuem grandes comunidades somados com jogadores consumindo e dedicando seu tempo nesses jogos, trazendo cada vez mais dinheiro as grandes empresas. Inclusive esses 3 jogos citados acima, estão disponíveis no PlayStation e grande parte dessas comunidades estão presentes no mesmo, além de que estes jogos são mais jogados que os próprios jogos da PlayStation Studios. Somando com uma busca maior de capital e a crise no setor, a PlayStation passou a se desafiar em trazer jogos diferentes do que seus fãs estão acostumados, e para tentar suprir as necessidades, a PlayStation comprou exclusividades de jogos de outras empresas para preencher seu catálogo de exclusivos, como foi o caso de Final Fantasy 7 Rebirth. Apesar do jogo ter sido um sucesso, não atingiu as metas financeiras postas pela Square Enix (empresa por trás do jogo) gerando um desconforto para futuros contratos de exclusividades para a plataforma da Sony. Outro problema, é a demissão de 900 funcionários do setor de jogos PlayStation e o encerramento de um estúdio: London Studios (Estúdio de jogos em VR) e vale ressaltar que a PlayStation fechou Japan Studios (Estúdio por trás de Shadow of the Colossus e outros) há alguns anos. A crise vem se alastrando cada vez mais, mas como a líder do mercado de consoles irá contornar isto? Jogos de serviços podem vir ajudar, mas por quanto tempo irá segurar o modelo de negócios da PlayStation? O futuro pode nos desenhar para um caminho de jogos multiplataforma, já existem rumores da própria PlayStation lançar Helldivers 2 nas plataformas Xbox em algum momento no futuro. O atual CEO da PlayStation, Hiroki Totoki, afirmou que pretende trazer a experiência PlayStation não só em consoles, mas também demais telas e dispositivos onde possa fortalecer mais a marca PlayStation, em breve, podemos ver a PlayStation indo para o mesmo caminho que o Xbox.
Conclusão
Um futuro multiplataforma e de serviços pode ser a chave para conter a crise de ambas as empresas, que passam por situações complicadas. Este futuro pode trazer inovação e mais jogos para todos sem restrições, mas também, uma nova procura de como promover os atrativos de cada console sem exclusividade. Um futuro que parecia utópico, pode virar realidade com o passar do tempo. Qual sua opinião? Comente.
Esperamos que tenham gostado!
Autor: Marco 117
Editor de texto: Astrobit